Deus Seja Louvado!
Embora o anúncio represente um avanço na política da reforma agrária, as entregas atenderão somente 10% da demanda por terra para a agricultura familiar no país, que conta com 120 mil famílias acampadas, de acordo com dados do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Dessas, 72 mil são vinculadas ao movimento.
Em nota, o MST afirma que a decisão do governo federal representa uma conquista, mas destaca que ainda há um longo caminho para a reforma agrária.
"Compreendemos que essa é uma primeira e efetiva demonstração concreta de compromisso com nossa bandeira da Reforma Agrária, sendo necessário avançarmos com mais intensidade a partir de agora", informa o comunicado.
O anúncio do governo federal foi feito no Ato Nacional em Defesa da Reforma Agrária, realizado no Quilombo Campo Grande, um território simbólico da luta pela terra no Brasil.
A área pertencia à antiga usina Ariadnópolis, cujos proprietários decretaram falência em 1983, deixando os trabalhadores abandonados e sem direitos trabalhistas.
O território, ocupado há 27 anos por famílias que já sofreram 11 tentativas de despejo, foi contemplado por um dos decretos de desapropriação assinados por Lula durante o ato, e passa a ser um assentamento.
Os decretos envolvem três imóveis no Complexo Ariadnópolis, onde está o Quilombo Campo Grande: as fazendas Ariadnópolis, Mata Caxambu e Potreiro. Outras fazendas também incluídas são: Santa Lúcia, no município de Pau-d"Arco (PA); Crixás, em Formosa (GO); São Paulo, em Barbosa Ferraz (PR); e Fazenda Cesa – Horto Florestal, em Cruz Alta (RS). A medida sobre as desapropriações tem potencial de atender cerca de 800 famílias.