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Por 35 votos a 15, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (27/11), a proposta de emenda à Constituição (PEC) 164/2012, que proíbe o aborto no Brasil, mesmo em casos previstos na legislação brasileira. No país, o aborto é permitido em apenas três situações: risco de morte à gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal — má formação do cérebro. Os dois primeiros casos estão previstos em lei, enquanto a última permissão se deu após análise do Supremo Tribunal Federal (STF).
A proposta, de autoria dos ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), estabelece que o direito à vida será considerado inviolável a partir da concepção do feto. Hoje, a Constituição brasileira assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, mas sem uma definição do momento que esse direito começa a vigorar.
No dia 13/11, a relatora da PEC na CCJ, Chris Tonietto (PL-RJ), deu parecer favorável à proposta. "A expressão "desde a concepção" é um fato científico, em 1988 não se colocou porque era redundante falar disso", disse Tonietto.
Antes da votação do texto no colegiado, congressistas e grupos se manifestaram contra a PEC e a sessão teve de ser interrompida aos gritos de "criança não é mãe, estuprador não é pai". Após a contenção das manifestações, a sessão foi retomada e restrita a parlamentares, servidores e jornalistas.
Com a aprovação da PEC na CCJ, a proposta agora deve seguir para a análise de uma comissão especial e, depois, para o Plenário da Câmara. Para ser aprovado no Plenário, o texto da proposta precisará obter pelo menos 308 votos favoráveis de parlamentares em ambos os turnos. Ainda não há data da próxima análise da PEC 164/2012.